A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmou em denúncia enviada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) que o político Domingos Brazão, conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE_RJ), "arquitetou o homicídio da vereadora Marielle Franco", que também resultou na morte do motorista Anderson Gomes, em março de 2018. As informações são do portal UOL.
Segundo o portal, a denúncia da PGR também ressalta que Brazão obstruiu as investigações e que o planejamento do assassinato incluía "difusão de notícias falsas sobre os responsáveis pelo homicídio".
"Fazia parte da estratégia que alguém prestasse falso testemunho sobre a autoria do crime e a notícia falsa chegasse à Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, desviando o curso da investigação em andamento e afastando a linha investigativa que pudesse identificá-lo como mentor intelectual dos crimes de homicídio", diz a denúncia assinada pela então procuradora da República, Raquel Dodge, pouco antes de deixar o cargo, segundo o UOL.
Procurado, Domingos Brazão disse que não vai comentar a denúncia.
Em setembro, a ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge denunciou Domingos Brazão por interferir nas investigações do caso.
Na quinta-feira, os ex-deputados estaduais Paulo Melo (MDB) e Edson Albertassi (MDB) foram ouvidos na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) sobre a investigação.
De acordo com o delegado Antônio Ricardo Nunes, diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, os dois prestaram depoimento na condição de testemunhas de uma linha de investigação que aponta motivação política.
Questionado se Brazão vai ser interrogado novamente, o delegado disse que a especializada ainda vai avaliar. "Por enquanto, ele é considerado testemunha", afirmou Antônio Ricardo. "Todas as linhas de investigação que surgiram estão sendo aprofundadas", finalizou o diretor do Departamento de Homicídios.
Marielle e Anderson foram mortos a tiros em 14 de março do ano passado, quando deixavam um evento na Lapa.